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Há pouco tempo atrás nem se pensava em produzir maçã, pêra, ameixa ou cacau no semiárido, frutas tradicionais das Regiões Sul e Sudeste. No entanto, pesquisadores da Embrapa Semiárido, em parceria com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), estão conseguindo resultados surpreendentes com a adaptação de tecnologias de produção na produção destas frutas na cidade de Petrolina, em Pernambuco. Mesmo acostumadas ao clima frio, as culturas estão dando respostas positivas ao incentivo de plantio nas áreas mais secas. Os principais cuidados de manejo diferenciado passam pela redução do vigor das plantas, podas e induções de brotação.
— Estamos pesquisando a cultura da macieira, a pereira, ameixeira e caquizeiro, além de uma fruta de clima tropical úmido como é o caso do cacaueiro. Estamos no terceiro ano de produção de maçãs e temos trabalhado no sentido de reduzir o vigor das plantas, porque nesta condição climática a planta adquire mais vigor para que elas tenham condições de transformar a parte que seria destinada a estruturas vegetativas em estruturas florais produtivas. Nós ainda não temos resultados conclusivos porque temos áreas experimentais, temos um indicativo de como é possível produzir. A partir deste ano vamos instalar unidades experimentais maiores com um número de plantas suficientes para fazer estas avaliações mais detalhadas — explica o pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa Semiárido.
Lopes foi um dos palestrantes da Fenagri 2010 (Feira Internacional da Agricultura Irrigada), que aconteceu em Petrolina, Pernambuco, nos dias 28 a 31 de julho. Ele falou sobre as vantagens e desafios da adaptação de plantio das frutas na região. Os resultados ainda não são conclusivos porque o projeto é muito recente e ainda não possui um número de plantas tão expressivo que permita que os pesquisadores façam as recomendações de plantio aos produtores, mas é uma questão de tempo. As pesquisas e testes experimentais estão sendo animadores, segundo Lopes, e serão expandidos a partir de agora para diversas fazendas do Vale do São Francisco, além de perímetros irrigados no Ceará e Rio Grande do Norte.
— No caso do caquizeiro a nossa vantagem é que vamos produzir no segundo semestre e na Região Sul e Sudeste ele é produzido de fevereiro a junho. Com isso, o produtor daqui teria um preço melhor no mercado nacional neste período de falta de frutas, porque de setembro a janeiro o Brasil importa o caqui de Israel de Espanha a um preço muito elevado. A pereira e a ameixeira estão no segundo ano de produção em fase de floração. Estamos trabalhando muito na questão de reduzir de vigor utilizando inibidores de crescimento, principalmente na cultura da mangueira, trabalhamos a questão de podas e produtos para induzir brotação — diz o pesquisador.
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